48ª IFLA WORLD CONGRESS – Scales of Nature

ZURIQUE, SUÍÇA, JUNHO DE 2011
C

om uma agradável temperatura de 30C, a cidade de Zurique, na Suíça, foi sede do 48ª edição do Congresso Mundial de Paisagismo da IFLA, federação que representa a classe internacionalmente. O evento aconteceu entre os dias 27 e 29 de junho e reuniu mais de 1200 pessoas, entre profissionais e estudantes.
A segunda vez que a cidade é sede deste evento e a terceira que a Suíça representa, cidade modelo Zurique se mostrou uma anfitriã exemplo de como podemos ter uma cidade rica, vibrante, acolhedora, intensa e diversa, em harmonia com a natureza. De forma responsável e ecológica a sustentabilidade está presente em todas as dinâmicas da cidade, desde o belo trabalho realizado com o lixo, transformado em energia e reciclado em novos produtos, passando pelo eficiente e limpo sistema de transporte até a qualidade das águas dos rios e fontes, com águas potáveis jorrando das fontes.
Com o tema “Escalas de natureza “ três tópicos principais foram abordados nos três dias de congresso, áreas urbanas , peri-urbanas e rurais, procurando tratar da grande variação entre a natureza artificial e o desenvolvimento sustentável da paisagem para obter uma melhor qualidade de vida .
Após a abertura realizada pela Presidenta do IFLA Desiree Martinez, a Conselheira da Cidade em engenharia civil e departamentos de manejo Ruth Genner e Pascal Gysin presidente da BSLA , associação de arquitetos paisagistas da Suíça, completaram as boas vindas e colocaram a cidade e seus cidadãos ao dispor do congresso.
Guido Hager, arquiteto da BSLA com mais de 25 anos de trabalhos realizados nas áreas verdes de Zurich e da Suíça fez abertura do ciclo de palestras, onde mostrou um panorama do paisagismo ao longo da história até a apresentar a trajetória da Suíça dos primeiros projetos até os atuais. O Segundo palestrante surpreendeu a todos, Mohamed Elsharid da Universidade de Nova York, morador e profissional na cidade do Cairo no Egito, apresentou de forma otimista e bem humorada a realidade dos espaços públicos, da democracia e sobre a Cidade Egípicia . A trajetória da Praça Tahrir, palco recente da derrubada do Presidente, foi abordada como exemplo de ambiente onde os valores culturais, sociais podem se encontrar com a natureza dos seres humanos. O terceiro palestrante Prof. Winy Maas , arquiteto de Rotterdan, dono do escritório MVRDV, não compareceu ao evento, deixando a plateia na expectativa de uma representação.
O Prof. Marcell Meili, arquiteto paisagista de Zurique, apresentou no início do segundo dia “a imagem da suíça na sua paisagem” , mostrando o País e suas paisagens através de dados, mapas e números, com uma interpretação entre o desenvolvimento de suas cidades, áreas rurais e áreas naturais. O Yellow Z, escritório de Munich, com o Prof. Michale Koch e a Aquiteta Paisagista Maresa Schumacher, trouxe de forma criativa, uma leitura entre os projetos realizados e o desenvolvimento urbano, com o questionamento se “0 desenvolvimento na área urbana é igual a de uma cidade periférica”. Mas foi a última palestra do segundo dia que recebeu os maiores aplausos, de todo o Congresso, o Prof. Dr. Kongijian Yu com a palestra “Reinventando a Boa Terra “ mostrou a realidade de seu escritório com mais de seiscentos arquitetos, Turenscape, seus trabalhos e conceitos em busca de um crescimento em harmonia com o meio ambiente. Comparando os passos em “grande passo” para ações em prol do meio ambiente e da sustentabilidade e de ”pequeno passo” a aqueles dados em prol de realizações próprias sem planejamento rumo ao “consumismo”, conseguiu atrair atenção e cativar a plateia.
No terceiro dia o Prof. Raimund Rodewald, trouxe para discussão a transformação das áreas naturais da Suíça e no mundo, onde a imagem da paisagem natural é vista de uma remota perspectiva urbana, exemplos interessantes como a plataforma de observação Stockhorn “ Piercing” já construída e as Plataformas do céus, acima dos 4.000 m de altitude em planejamento na montanha Zermatt na Suiça.
Andreas Spiegel cientista ambiental do instituto de tecnologia de Zurich apresentou uma leitura da transformação das condições climáticas para a sociedade, com um aquecimento Record registrado desde o início das medições em 1850, o período de 2005 a 2010 foi o mais quente de toda a história e as consequências como enchentes, secas, e problemas ambientais estão cada vez mais presentes na dia a dia da população, servindo de alerta para a concientização que temos que ter com nossas ações com o meio ambiente. Joan Innerson Nassauer da Universidade de Michigan, fechou o ciclo de palestras com o tema “desenho de uma sustentabilidade cultural a serviço do ecossistema”, sugerindo passos na busca deste equilíbrio de bem viver.
Palestras e sessões técnicas divididas em temas como “ Porque e como a história tem importância”, alimentação e urbanismo, densificação das áreas verdes urbanas, Sistema de transporte verde, manejo sustentável das águas, infraestrutura verde estavam a disposição para a os períodos da tarde do congresso, além de exposições e debates, foram realizados cerca de 36 workshops espalhados pela cidade, em que também ocorreram atividades sociais e técnicas.
As sessões de apresentação dos “posters” estavam divididas em 13 áreas, abordadas
O trabalho realizado para o congresso pelo arquiteto paisagista Marcelo Vassalo, e apresentado na seção Estratégias e abordagens de projetos em áreas próximas a centros urbanos, buscou uma interpretação entre dois projetos realizados como co-autor junto ao Escritório do Arquiteto Paisagista Benedito Abbud, Hotel Unique Garden em Miriporã , São Paulo e o Hotel Ecológico Amazonas, em Novo Airão, Amazonas como exemplos de projetos voltados para sustentabilidade social, cultural e econômica que alcançaram escalas diferentes de natureza apesar das diferentes escalas de investimento e envolvimento social.
Após os dias de congresso a importância e o alcance da profissão de arquiteto paisagista se mostrou mais do que essencial para vencermos os desafios do desenvolvimento humano, e a sustentabilidade cultural, social e econômica como norteadoras dos desenho paisagísticos a serviço dos ecossistemas e como a mensagem da palestra do Prof. Dr. Kongijian Yu nossa missão é “Reinventar a Boa Terra “.
Como boa anfitriã, agradeço a cidade de Zurique que se revelou como uma jóia verde entre lagos azuis e a Suíça um País de paisagens maravilhosas, acolhedor e pronto para receber.

An interpretation of two projects co-authored by the Benedito Abbud Planning, Projects, and Landscaping outfit, developed in rural areas with different scales of nature, with distinct cultural, planning, design, collaboration and investment references, that provides an awakening to the potential and opportunities of landscape planning. Created on well-defined physical boundaries within its work frame, the projects ended up transcending into the urban areas that surround it too. Two Hotels as unique examples of how landscaping can be the driving force in rescuing and cherishing the human role as part of nature.

HOTEL ECOLÓGICO AMAZONAS

The environmental planning of the local indigenous communities, setting up resources to empower and skill the individuals within these as ecotourism guides, craftsmen, local produce merchants, and so on… therefore stemming the exodus to the more densely populated cities.
The development of the region with the view of creating infrastructure and services supply links to meet the Hotel’s needs in the surrounding counties (boroughs) – such as laundries, bakeries, etc…

HOTEL UNIQUE GARDEN SPA & RESORT

The creation of a forest reserve to ensure the preservation of water sources and water quality
(the seventh purest water in the world) to supply the hotel and the local communities.
The research and introduction of plant species for the extraction of essential oils.
New species of lilypad and lavender have already gone through a gradual
process of adaptation and been introduced in the market.
The organic produce supplies not only the Hotel guests, but also the surrounding communities.
A natural protected forest reserve, that serves as a habitat to rehabilitated wild animals that were once in captivity.